Nota dos editores de Odiario.info
A morte de Hugo Chávez era
esperada.
Regressou a Caracas consciente de
que o seu tempo de vida findava. Voltou para morrer na Venezuela, entre a sua
gente, admirado pela grande maioria do povo, confiante na continuidade da Revolução
pela qual viveu e lutou com a coragem e a tenacidade de Bolivar, o herói
continental cujo projeto desafiador retomou transcorridos dois seculos.
Ele desmentiu numa breve e luminosa
trajetória a tese da excecionalidade absoluta da Revolução Cubana. Demonstrou que,
afinal, era possível, num país transformado em semi – colonia, conquistar a Presidência,
enfrentar o imperialismo, e, num contexto histórico muito diferente, romper as
engrenagens da dominação estrangeira e proclamar que a Venezuela Bolivariana se
propunha a destruir o capitalismo e, com o apoio maciço classe trabalhadora e
da maioria das Forças Armadas, lançar as bases de um partido revolucionário,
inviabilizar o projeto recolonizador da ALCA, e iniciar as batalhas da construção do Socialismo e da Unidade
Latino-americana.
Washington, durante a presidência de Clinton,
primeiro, e depois de Obama, desempenhou um papel fundamental na conceção,
organização e desencadeamento de dois golpes de Estado- um militar,outro,o lock-out petrolífero, económico para
travar e destruir a Revolução. Em ambas as tentativas, a
mobilização popular foi decisiva para a
derrota das intentonas contrarrevolucionarias.
No momento em que o povo de Bolivar
demonstra nas ruas com emoção o que para ele significou o dirigente que tornou
possível o impossível aparente, é cedo para avaliar o futuro da herança
revolucionaria que lhe sobrevive. Ninguém como ele se bateu tao
intransigentemente pela unidade dos povos da América Latina.
Mas independentemente do veredicto
da Historia sobre o homem e a obra, uma certeza transparece. Se é indesmentível
que são os povos que constroem o caminhar da humanidade, é também evidente que
Hugo Chávez será lembrado como exemplo da importância decisiva que o factor subjetivo
assume por vezes nas grandes viragens históricas.
Odiario.info associa-se à dor do
povo da Venezuela.
OS EDITORES DE ODIARIO.INFO